Dois Milho E Bum.
A quadra que finda formalmente no Dia de Reis, entre outros factores, constituiu uma óptima desculpa para um descanso predominantemente offline. Esta quadra é factualmente reduzida a uma mescla pré-natalícia de sedução, com aquele ar fino e frio que chega à cidade, com as suas multidões misturadas nas montras temáticas, iluminações fálicas e extravagantes, o fumo das castanhas assadas, as entradas e saídas contínuas das lojas, os comentários dispersos sobre aquela peça ou aquele brinquedo, os grupos de pessoas que se passeiam para verem e serem vistos, a baba no canto da boca dos operadores de telecomunicações, em suma, um leve toque de nostalgia, simbolizada por um velhote de barbas brancas de roupa tingida a vermelho-coca-cola tal, que se neste país nevasse como em outros, seria uma Quadra de Fazer Chorar as Pedrinhas da Calçada. A Durão Barroso elevou hoje a ajuda Europeia para 1500 milhões de euros. Por cá, entra-se no novo ano numa divisão entre o prenúncio místico do "fim disto tudo", e mais uma vez, perde-se uma oportunidade de sensibilizações e reflexão metodológica para alterações estruturais e necessárias quer no planeamento e conservação de Lisboa, quer na protecção civil. Não queremos, mais dia menos dia, ser alvo desta caridade. Ou queremos? Por muito que custe, este Dois Mil e Cinco, soa-me mais a Dois Milho e Bum. |
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