Wednesday, September 13, 2006

A Fuga de Deus

Se uma existência humana se resumisse a um trajecto delineado por um tubo de gás, Deus - na assunção da sua existência - teria que se tornar num canalizador exímio e psicologicamente preparado para lidar com a derrota frequente.

Entre a botija e o forno, como quem diz entre a Criação e o Juízo Final, o trajecto é coberto de fugas, e o Arquitecto vê-se reduzido à função de um tapa-furos aleatório justificando-se - e vitimizando-se - com a traição de Lúcifer. Afinal se um é Arquitecto, o outro será Engenheiro - como é do senso comum - pois um desenha e o outro supervisiona a Obra.

Ora se a nossa existência pode ser metaforizada pelo trajecto de A a B num tubo de gás, e se assumirmos que Deus existe e é o Arquitecto, então não passamos mais do que uma Fuga de Deus.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

A ideia até que é engrçada mas técnicamente incorrecta. O Diabo, é mais um engenheiro louco que procura constantemente criar fugas em vez de as consertar. E Deus como arquitecto propõe-nos uma estética onde nós escolhemos a forma.

Se tivesse que usar uma metáfora, diria que Deus é o Ardina dos jornais e o Diabo, vendedor de cassetes piratas. O primeiro à viva-voz, o segundo à surdina...:-)

16:12  

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