Que Seca!
... Expira-se e solta-se, “Que Seca!”. Não do ar à minha volta nem da fortíssima influenza que me influenciou a última semana. É. Mesmo uma seca! É de facto uma grande seca, não a que aflige os agricultores, certos aglomerados populacionais e a minha vontade de tomar duche no verão, mas sim ter-se apenas acesso aos canais disponíveis em antena física pendurada no telhado, e 50% destes transmitirem o casamento de Charles e Camilla. Ora aqui, a diligência regressa ao ar, à aparência. À forma como se tenta enquadrar a redenção deste par, nos vestidos dos convivas e nos looks e hypes visuais dos súbditos que atenderam à dita cerimónia. O país assente há muito, quase um século, na matriz republicana vive os contos de fadas, dramas de corte e segredos de alcovas reais dos outros. Se se desse em Portugal, este casamento seria o de (Car)Litos e da (Cami)Lita, de um qualquer Carlitos e Milita, ou um desses “nicks” tão queques como arrepiante na sua pretensa doçura que por cá se inventam. Já que por cá o “chique” anda de mão dada com a “escáfia” dos nomes que lhes inventam, folheie quem desejar uma qualquer revista cor-de-rosa, ou veja uma qualquer Quinta de ”Debutantes, Aspirantes & Reciclandos”. Dizem que para uma pessoa se sentir bem consigo própria, tem o direito de modificar as suas Verdades como bem entender, inclusive ao nível da faca. Cá para mim, temos é que nos sentir bem com os nossos próprios genes, não precisar de modificá-los ao sabor da relação entre o voyeurismo e o desejo de protagonismo, que nos é constantemente estimulada. Seca seria viver sobre esse estigma e mesmo assim, às vezes dá-me para o juízo de valor, paciência! É, por vezes tão saborosa, esta contradição... Enfim, postulando, uma coisa é deformarmos as nossas verdades, outra, é cuidarmos de nós próprios ou misturar esses mesmos nossos genes, isto sim, é outra história bem mais interessante... |
0 Comments:
Post a Comment
<< Home