Elas
Nunca fui do "diz que disse", do "segundo x, em espaço A, tal" e muito menos dormi bem com encruzilhadas de referências a artigos baseados em referências e muito menos com saladas afins. A excepção de hoje, enquadra-se com o provecto título com que Pacheco Pereira cumpre hoje (quinta, 31 de Março) a sua obrigação profissional no jornal Público. Apenas e mais uma vez, um desdém. Estes "outros", são os "Aliens", os "estranhos", os "diferentes", que embora culturalmente se compreenda esta colagem nos emigrantes e afins, custa-me aceitar que Elas se incluam em algum destes quocientes. É verdade que quando acontece conhecer uma Ela que subtilmente me pergunte (e já o fizeram!) numa rajada subliminar qual a marca do meu carro, se sou licenciado e em quê, que bens tenho ou o meu escalão de IRS, tenho a tentação de pensar que Ela não faz parte do "nós". E que por isso precisa de direitos especiais que a protejam, à pobrezita da desprotegida. Mas também é verdade que todos "nós", homens ou mulheres, temos as nossas alturas em que nos sentimos desprotegidos. A mim, sinceramente, faz-me confusão que esta visão "correcta" de quocientes sociais não perspective que me sinta desprotegido, parece que "por ser gajo, tenho que me aguentar à bronca sozinho", e criar condições para proteger alguma pobrezita desprotegida, se quiser procriar, enfim... será que não é muito correcto colocar as coisas assim? O facto é que me parece que se quisermos falar n'Elas, teremos que falar em "nós". |
5 Comments:
Vamos falar de "nós" então...
Bastante hilariante..Um beijo com algumas saudades..
Metamrfs
A frustração é evidente... Parece-me que não ultrapassou o episódio. Se o tivesse feito o post transpareceria ironia e não "ressabiamento" ( nada sei quanto à institucionalização da palavra!). O papel de vítima não lhe assenta nada bem. O que custa mais a sarar a sensação de que não somos suficientemente bons para determinada pessoa ou a ousadia daquela mulher em querer tirar partido de um comportamento à seculos inerente aos Homens?
Lempicka...
Cara Lempicka,
Antes de mais, agradeço-lhe a sua participação sentida.
Na minha visão, o "post" transpira ironia pelos poros, mas pode ser falha minha de comunicação, ou poderei estar a tentar enganar-me a mim próprio.
Considero as duas hipóteses válidas.
Por outro lado, pessoalmente, penso que a vida tem um constante sarar, pois penso sempre não estar a ser "suficientemente bom" para comigo próprio, de modo que uma frustração assim dirigida a uma qualquer "pobrezita & desprotegida" é tão pouco como nada. Ou então a "pobrezita & desprotegida" merece de facto ser o alvo de toda a minha ira, e mais uma vez, engano-me a mim próprio.
Considero as duas hipóteses válidas.
O partido que determinada pessoa tira de um "comportamento" há "séculos inerente" ao meu género, para mim tem de tão pouco ousado, como de retrógrado, reaccionário e de tacanhez. Ou então digo isto só para me armar em progressista de corrida, porque o que desejo no fundo dos fundos é uma "pobrezita & desprotegida" assim, que me dê filhos, cosa as minhas meias, passe a ferro e cumpra todas as lidas da casa, e que eventualmente nas horas difíceis se disponha carinhosamente a levar uns tabefes... e os aguente! Pois tira-se partido de um lado, o outro também tira partido...!
Com o seu âmbito, tenho que considerar as duas hipóteses válidas.
Quanto a vítima, cara senhora Tâmara de Lempicka, não sou eu qualquer putéfia - tanto faz aristocrata ou carroceira - ao ponto de culpar sempre outros e de os obrigar a responsabilizarem-se por mim e pelos meus actos.
Sou fundamentalmente vítima de mim próprio, neste espaço que é meu.
Portanto, seja bem vinda...
Obrigado.
2É como se o corpo possuisse o segredo de quem somos e seremos. "Quero saber-te mais...
Lempicka.
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