Beirute
Não, não, nunca fui a Beirute. Soube da existência do Líbano ainda em Paris. Virava-se a década do sete para o oito, e na confusão de senegaleses, turcos, tunisinos, iranianos, argelinos, franceses, portugueses, italianos, chineses, japoneses, irlandeses, ingleses, suecos, holandeses e alemães, de cada qual tenho a Memória do nome, conheci duas Libanesas cujo nome não me recordo. Foi a minha primeira associação ao Líbano, petrificada na minha memória pelo carinho que aquelas duas irradiavam sobre o ser pequeno de seis anos recém-completos. Durante o Mundial-82, em Espanha, entre o Naranjito e o Zico, mais tarde a torcer pelo Platini contra os Italianos, vejo um telejornal. Hoje, mesmo depois de ter lido "Media Control - The Spectacular Achievments of Propaganda" ainda não me conformo quando afinal o que eu vi foram crianças a chorar com os bombardeamentos, e Israel na eterna vitamização que explora imoralmente até à medula, herança de fornos enormes e chuveiros que não deitavam água. Dizia o outro, que antes de se ser Cristão, é-se Judeu. O Velho testamento é o mesmo. O Novo é um acrescento, com a consequente amplificação do espectro de interpretações. Moisés, é tão Judeu como Cristão, é tão deles como meu, que aqui nascido nesta teia cultural, não fui à Pia. Por alguma razão se fala em Judaico-Cristianismo. Ainda hoje, aqueles aviões Israelitas bombardeia-me aqueles sorrisos. O Povo Judeu, fala na sua Diáspora milenar. Nós os Portugueses, muito devemos a essa mesma Diáspora, embora a tendo maltratado, esta diluiu-se em nós e de alguma forma contribui para o que somos, para bem e para mal. Tendo em conta toda a burguesia Judaica, Espinosas e afins, considero hoje os Judeus como um povo em quase tudo europeu. O Israel de hoje em dia, é muito distante da glória de David ou da justiça de Salomão. Em Beirute aqueles aviões bombardearam aqueles sorrisos de que nunca me esquecerei. Fica bem! |
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