Aparências II
Coisas que me vêm à mente. Frequentemente encontro-me a perder tempo. Fito um qualquer horizonte para além dos limites da visibilidade que o sensível me apresenta, e tento perceber tudo o que não compreendo. Tudo o que esteja para além de Aparências. Num Metro de faces anónimas, pungente em olhares desbocados de rostos de Aparência, interrogo-me sempre: Será natural a inexpressividade de Aparência, ou será natural a expressividade de Aparência? Tomando o lugar desse qualquer horizonte que nem sei caracterizar, em Fade-In à Sam Mendes (brilhante!) surge-me a imagem de uma qualquer que um dia dava pitecadas com o indicador impulsionado pela força efectuada para provocar a cedência do seu polegar, nos seus Incisivos Superiores e se gabava, com 27 anos, da capa de cerâmica, ou de um compósito qualquer perlado, um desses materiais dos dentistas - sei lá - que revestia a sua Verdade dentífrica. Num corte de cena abrupto, os meus olhos focam-se numa desconhecida, lá ao fundo, com uma ligeira massa de carne não identificável na sua pálpebra superior do seu olho esquerdo. Novo corte abrupto. Perdi muito cabelo desde a minha adolescência, que acontecia ainda há cinco minutos. Cada pitecada daquelas, era um cabelo que me sentia arrancado, roubado. Cada um como um gongo hindu, sob o som do Mantra que se encaminha para a minha decadência de Aparência. Imediatamente preocupo-me com o posicionamento da minha postura. Quero que Aparência seja tão expressiva como inexpressiva. Sonic Youth ecoam-me nos meus ouvidos e provocam-me um Fade-Out, também à Sam Mendes, e fixo olhar num horizonte bem mais tangível e caracterizável: O dos carris cintilantes num esplendor mecanicista, da via de sentido contrário do Metro. Mas afinal o que têm estas Diásporas da mente e dos afectos, de relação com Política? Banalizada a Aparência de assunto de deste Blog, a sua Verdade começa - até para mim! - a tomar alguma forma de concretização. A Política que se faz neste Blog, é uma emanação de Aparência sob a forma de umas quaisquer Diásporas em que a mente se vai perdendo. |
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