Tuesday, October 26, 2004

Silêncios

Silêncios, são-no quando vultos se viram de costas para os acontecimentos.
Silêncios, existem quando todos os ruídos ambientais são ensurdecedores.
Silêncios, vivem quando a comunicação não vive.
Silêncios, existem quando se entra à justa num elevador a fechar, perante olhares impávidos.
Silêncios, são os ruídos de diversão, extremas falas que calam a atenção.
Silêncios, vivem-se com a ansiedade.
Silêncios, sempre moram ao lado.
Silêncios, são fugas, nunca (re)encontros.
Silêncios, amargam.
Silêncios, preenchem-se com música.

+-----------+
|interlúdio|
+-----------+

Ouve-se muita música, com os silêncios.
Ouço música, ao ver os silêncios de Luís Delgado.
Ouço música, ao ver o silêncio de Vasco Pulido Valente fora do DN.
Ouço música, ao ver a cadeia de comando silenciosa Governo->Lusomundo->DN.
Ouço música, ao ver as ramificações narcísicas de S, P, S e D na comunicação social.

S, P, S e D. Santana, Portas, Sócrates e Drago.
Santana, governo, tutela da Lusomundo, qual Golden Share opaca.
Portas, muco do alheamento político de 24-D, seco e colado a Santana.
Sócrates, à espera de governo, portanto da tutela da Lusomundo, Golden Share prometida.
Drago, chic-revolution-girl protégée de 24-D juvenil que assalta o Público.

S, P, S e D: Preocupam-se mais com o que "acham", como os outros os vêem, reflexo externo de ausências. De Silêncios. Em cada um deles.

 

+--------------------------------------------------------+
| Assim, ouço música................................|
| ... e passo a permitir comentários livres. Aqui.|
+--------------------------------------------------------+

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Silêncios? Agora flautas, talvez...
Reabri o livro de Proust, que pensei em reler durante os últimos tempos e até agora não consegui vencer: À procura do tempo perdido. Ler sobre o tempo - essa entidade existente e assustadora que me aterroriza hoje - depois de ter pensado o dia todo sobre a vida vazia agora, me fazia sonhar com a cena de uma luva elegante vestindo mãos charmosas me afagando o até agora inconsistente ato de pensar. O livro logo retoma seu espaço costumeiro - o abandono.
Agora que o espaço que habito é algo próximo do satisfatório, andava suave a ansiedade com esse vilão. A cabeça um pouco entorpecida pelas vodkas e pelos percalços do dia, pela presença estonteantemente bela das strelitzias do jardim, companhia não observada, mas constante, ali do outro lado da janela, hoje certamente eu me embriagaria, se a tanto me permitisse... qualquer coisa como um anestesiamento voluntário e prazeroso, sonolento, preguiçoso que talvez me fizesse entrar nas notas musicais. Talvez as mesmas que estavam presas às cortinas quando do despertar... a manhã indo ao meio e eu sonhando com a época em que tocava piano e flauta...Ah, Vivaldi...e agora o computador fazendo o som da flauta calada ha muito... hibernando que está na mais alta prateleira da estante. De repente novos rumos seriam buscá-la e romper silêncios...

23:37  
Anonymous Anonymous said...

"Our Lives Begin To End The Day We Become Silent About The Things That Matter"
–Martin Luther King

17:56  

Post a Comment

<< Home